Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2007

Badajoz para nascer, Portugal para morrer

Tenho ouvido ultimamente o sr. Primeiro-Ministro e o sr. Ministro da Saúde, e com eles todo o séquito que habitualmente os acompanha em coro, insistir na vergonha que é a afluência de mulheres grávidas portuguesas a Badajoz, ao que eles dizem para abortar em clínicas dessa especialidade (não sei se hei-de chamar-lhe médica, ou se ainda não estará reconhecida como tal).
Não podemos permitir a continuação de semelhante escândalo, dizem eles tremelicantes de patriótica indignação, é obrigação do Estado português assegurar a todas as cidadãs que o queiram fazer a possibilidade de abortar livremente e com todas as garantias aqui, no generoso país que é o delas.

Não sei se haverá ou não essa falada romaria abortista, desconheço o facto e não tenho acesso às fontes de informação de Suas Excelências.
Porém, o que sei de ciência certa é que ouvi não há muito tempo as mesmas vozes troçando dos atavismos anacrónicos que levavam alguns portugueses a protestar contra as medidas de Suas Excelências que obrigam as grávidas portuguesas de extensa zona do país a deslocarem-se para Badajoz a fim de ali darem à luz. Segundo explicaram então às nossas mentes obscurecidas por séculos de anti-espanholismo primário, isso de fronteiras já não é do nosso tempo. E todos os critérios de racionalidade financeira apontam para a conveniência da solução que nos arranjaram: as portuguesas que queiram ter as crianças que vão a Badajoz, que vão muito bem e serão bem atendidas.
Nós não temos dinheiro para essa extravagância de sustentar maternidades deficitárias, não podemos esbanjar com esse luxo de terem os filhos em Portugal.
O que os nossos hospitais terão que garantir, isso sim, é que no caso de estarem interessadas em os abortar poderão fazê-lo por cá, sem listas de espera nem mesquinhices economicistas. Nem que tenha de formalizar-se uma via verde para as candidatas, e organizar-se uma equipa permanente só para isso em cada hospital distrital, e reservar um bloco só para essas intervenções, e destinar um reforço no orçamento para que não haja falhas.
Pode lá admitir-se que uma portuguesa tenha que ir abortar a Badajoz!

fonte ~ http://viriato.blogspot.com/2007/02/badajoz-para-nacer-portugal-para.html

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publicado por gjlumiar às 21:33

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1 comentário:
De João a 8 de Fevereiro de 2007 às 09:51
Estão a tentar fazer omeletes sem partir ovo.

Sem investimento não há equilíbrio.

Invistam na educação moral e sexual.
Por alguma razão ~40% dos abortos constatam-se idades entre 15 e 24 anos. Em ~65% dos casos NÃO foi usado método contraceptivo eficaz e em ~46% nenhum método contraceptivo.

Se não querem ter filhos usem preservativo quando tiverem relações. (Esta mensagem é destinada principalmente a jovens com idade entre 15 e 24 anos).

Outra coisa cá para mim os homens são tão ou mais culpados do que as mulheres. Isso veio a baila por acaso? Alguém ponderou penalizar o pai biológico (quando aplicável) em vez de a mãe?

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