Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007

O que faz falta é agitar a malta!

vivemos numa sociedade egocentrica, onde o Homem é individualista, egoísta, acomodado, banal, facilitista, caso raras excepções, onde determinadas situações sociais nos "obrigam" a reinvidicar posições. que chatice!

mas é curioso como alguns temas mais sensacionalistas mexem com os nossos sentimentos e neurónios, e decidimos que é altura de tomar armas e palavras para lá encaminharmos a nossa sociedade para um rumo mais desenvolvido, progressista, enfim, moderno...

vejamos o caso do aborto: toda a gente tem direito a opinar, e mais faltaria se assim não fosse! como qualquer direito e dever cívico, vemo-nos felizmente obrigados a reagir, a manifestar, a agitar a mentalidade social colectiva. E ainda bem que assim o fazemos!!! É sinal que a nossa democracia vai gozando de alguma boa saúde.

mas por outro lado, deixa-me reflexiva (para não dizer triste), porque constato que é só para estes pontos polémicos que nos debatemos, que nos entregamos à luta pelos nossos ideias, sejam eles de que ideologia forem.
permitam-me que vos diga: gostaría de ver tanta mobilização como se está a ver neste referendo sobre outras problemáticas sociais no nosso país e, atrevo-me a dizer, mais urgentes, tais como: reforma do apoio social, para que, por exemplo, se possa evitar abortar, melhoria da educação (que não se limita ao pagamento de propinas), melhorar o acesso à cultura, à saúde...

Juntemo-nos para reinvidicar a melhoria do nosso sistema social!!! mas claro, este tema já não é tão "humilhante"; exigamos aos nossos dirigentes uma lei social eficaz, para que não caiamos no facilitismo político de despenalizar/legalizar o aborto...

Seremos capazes ou teremos interesse de sair à rua e de fazer campanha por uma reforma social digna, pragmática e eficaz? sincera e infelizmente, tenho as minhas dúvidas...

Sara Vidal

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publicado por gjlumiar às 20:14

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Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2007

Badajoz para nascer, Portugal para morrer

Tenho ouvido ultimamente o sr. Primeiro-Ministro e o sr. Ministro da Saúde, e com eles todo o séquito que habitualmente os acompanha em coro, insistir na vergonha que é a afluência de mulheres grávidas portuguesas a Badajoz, ao que eles dizem para abortar em clínicas dessa especialidade (não sei se hei-de chamar-lhe médica, ou se ainda não estará reconhecida como tal).
Não podemos permitir a continuação de semelhante escândalo, dizem eles tremelicantes de patriótica indignação, é obrigação do Estado português assegurar a todas as cidadãs que o queiram fazer a possibilidade de abortar livremente e com todas as garantias aqui, no generoso país que é o delas.

Não sei se haverá ou não essa falada romaria abortista, desconheço o facto e não tenho acesso às fontes de informação de Suas Excelências.
Porém, o que sei de ciência certa é que ouvi não há muito tempo as mesmas vozes troçando dos atavismos anacrónicos que levavam alguns portugueses a protestar contra as medidas de Suas Excelências que obrigam as grávidas portuguesas de extensa zona do país a deslocarem-se para Badajoz a fim de ali darem à luz. Segundo explicaram então às nossas mentes obscurecidas por séculos de anti-espanholismo primário, isso de fronteiras já não é do nosso tempo. E todos os critérios de racionalidade financeira apontam para a conveniência da solução que nos arranjaram: as portuguesas que queiram ter as crianças que vão a Badajoz, que vão muito bem e serão bem atendidas.
Nós não temos dinheiro para essa extravagância de sustentar maternidades deficitárias, não podemos esbanjar com esse luxo de terem os filhos em Portugal.
O que os nossos hospitais terão que garantir, isso sim, é que no caso de estarem interessadas em os abortar poderão fazê-lo por cá, sem listas de espera nem mesquinhices economicistas. Nem que tenha de formalizar-se uma via verde para as candidatas, e organizar-se uma equipa permanente só para isso em cada hospital distrital, e reservar um bloco só para essas intervenções, e destinar um reforço no orçamento para que não haja falhas.
Pode lá admitir-se que uma portuguesa tenha que ir abortar a Badajoz!

fonte ~ http://viriato.blogspot.com/2007/02/badajoz-para-nacer-portugal-para.html

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publicado por gjlumiar às 21:33

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Terça-feira, 6 de Fevereiro de 2007

Aborto e civilização

Quando se diz que o feto é "parte"; do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está "alojado"; nela, melhor, implantado nela.

José Manuel Moreira

O aborto voluntário vai tornar-se uma das grandes questões nas sociedades ocidentais. O regresso do tema à tolerante Holanda é só mais um sintoma. O interesse com que entre nós se vive o sim ou não no referendo é disso bom sinal. Há diversas formas de entrar no debate: desde a inconveniência ou ilicitude do aborto à fé religiosa, para cristãos com força de convicção de uma moral universal. Há outra posição que pretende ter validade universal: a científica, embora também aqui as provas não sejam acessíveis à imensa maioria dos homens e mulheres, que as admite por fé (na ciência).

A minha preferida "na linha de artigo (1983) do filósofo Julián Marias é outra, acessível a todos e independente de conhecimentos científicos ou teológicos que poucos possuem. É a visão antropológica, fundada na mera realidade do homem tal como se vê, vive e se compreende a si mesmo.

Trata-se da distinção decisiva entre "coisa" e "pessoa" que se revela no uso da língua. Em todas as línguas há uma distinção essencial: entre "que" e "quem" "algo" e "alguém" "nada"e "ninguém" Se entro numa casa onde não há nenhuma pessoa, direi: "não há ninguém";, mas não me ocorrerá dizer: "não há nada";, porque pode estar cheia de móveis, livros, lustres, quadros.

O que tem isto a ver com o aborto? Muito. Quando se diz que o feto é "parte" do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está "alojado"; nela, > melhor, implantado nela (nela e não meramente no seu corpo). Uma mulher dirá: "estou grávida"nunca "o meu corpo está grávido"Uma mulher diz: "vou ter um filho" não diz: "tenho um tumor"

A pergunta a referendar, ao usar, em vez de aborto provocado, "interrupção voluntária da gravidez";, não só abusa da hipocrisia como se esconde sob a capa de despenalização. Os advogados do sim não gostam da comparação, mas com isto os partidários da pena de morte vêem as dificuldades resolvidas.
Podem passar a chamar à tal pena "por forca ou garrote " " interrupção da respiração"(e também são só uns minutos).

Há ainda as 10 semanas, como se para a criança fizesse diferença em que lugar do caminho se encontra ou a que distância, em semanas ou meses, da sua etapa da vida que se chama nascimento será surpreendida pela morte.

O mais estranho é que para os progressistas o aborto é visto como sinal de progresso, enquanto a pena de morte é de atraso. Dantes denunciavam a "mulher objecto"agora querem legitimar a criança-objecto, a criança-tumor, que se pode extirpar, em nome do "direito de dispor do próprio corpo"

O direito (com bons propósitos) serve para nos impedir de entender "o que é aborto" Por isso se mascara a sua realidade com fins convenientes ou pelo menos aceitáveis: o controle populacional, o bem-estar dos pais, a situação da mãe solteira, as dificuldades económicas, a conveniência de dispor de tempo livre, a melhoria da raça.

A tudo isto acrescem as tentativas de abolir as relações de maternidade e paternidade, reduzindo-as a mera função biológica sem duração para além do acto de geração, sem nenhuma significação pessoal entre o "eu" o "tu" e o "ele(a)"implicados.
Felizmente, ao pôr-se a nu a grave dimensão da aceitação social do aborto, facilita-se o regresso de temas que os "progressistas"julgavam de direita e, por isso, ultrapassados: a família e a natalidade.

Não devemos estranhar que os mesmos que sempre se equivocaram sobre tudo, desde a natureza do regime soviético a Cuba, passando pelo fim do trabalho e as nacionalizações, se encontrem agora, de novo, unidos no "sim" ao aborto (e no "não" ao sofrimento dos animais). E, ontem como hoje, acompanhados de idiotas úteis. Alguns, pelos vistos, "liberais" que desconhecem que a noção de liberdade para o liberalismo clássico é oposta à de "direito a ou de"Para T. Jefferson os seres humanos são independentes, mas não da moral; se a desafiamos, não somos livres mas escravos, primeiro das nossas paixões e depois possivelmente da tirania política. Que tipo de governo democrático poderá controlar homens que não podem controlar as suas próprias paixões? Situação que piorará com a ilusão do Estado contraceptivo e a liberalização das oportunidades para a irresponsabilidade.

José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin Society

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/733650.html
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publicado por gjlumiar às 19:00

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