Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008

Papa aos jovens: colocar Jesus no centro da própria vida

Em preparação para a solenidade de Cristo Rei

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 19 de novembro de 2008


Colocar Cristo no centro da própria vida: este é o conselho que Bento XVI deixou nesta quarta-feira, ao concluir a audiência geral, em particular aos jovens presentes na Praça de São Pedro.
Antes de despedir-se dos milhares de peregrinos, o Santo Padre dirigiu uma saudação particular aos jovens, aos doentes e aos recém-casados.

Começou recordando que «no próximo domingo, último do tempo comum, celebraremos
a solenidade de Cristo, Rei do Universo».

«Queridos jovens - exortou -, colocai Jesus no centro de vossa vida e recebereis d'Ele luz e valentia», disse.

«Cristo, que fez da Cruz um trono régio, ensine-vos, queridos enfermos - continuou dizendo - a compreender o valor redentor do sofrimento vivido em união com Ele.»

Por último, dirigindo-se aos recém-casados, vindos ao Vaticano com sua roupa de
casamento, desejou «reconhecer a presença do Senhor em vosso caminho familiar».

A festa de Cristo Rei foi instituída em 1925 pelo Papa Pio XI, que a fixou no domingo anterior à solenidade de todos os santos, como resposta ao avanço do ateísmo e da secularização, segundo escreveu na encíclica Quas primas.

O Papa Paulo VI, em 1970, quis destacar mais o caráter cósmico e escatológico do reinado de Cristo. A festa se converteu na de Cristo «Rei do Universo» e se fixou no último domingo do ano litúrgico.

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Sábado, 27 de Setembro de 2008

O Vaso da velha chinesa

Uma chinesa velha tinha dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas. Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Todos os dias ela ía ao rio buscar água, e ao fim da longa caminhada do rio até casa o vaso perfeito chegava sempre cheio de água, enquanto o rachado chegava meio vazio. Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora chegando a casa somente com um vaso e meio de água. Naturalmente o vaso perfeito tinha muito orgulho do seu próprio resultado - e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer. Ao fim de dois anos, reflectindo sobre a sua própria amarga derrota de ser 'rachado', durante o caminho para o rio o vaso rachado disse à velha : - Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que tenho faz-me perder metade da água durante o caminho até à sua casa ...' A velhinha sorriu : - Reparaste que lindas flores há no teu lado do caminho, somente no teu lado do caminho ? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto voltávamos do rio, tu regava-las. Foi assim que durante dois anos pude apanhar belas flores para enfeitar a mesa e alegrar o meu jantar. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa !' Cada um de nós tem o seu defeito próprio : mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante. É preciso aceitar cada um pelo que é ... e descobrir o que há de bom nele !
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Domingo, 9 de Março de 2008

Pensamento índio


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Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008

Despenalização do fumo e do aborto

16.01.2008, Catarina Almeida


Enquanto o Governo proíbe o cigarro, permite e paga o aborto


O Presidente da República Portuguesa convocou hoje o referendo à despenalização do fumo em locais públicos, depois de o Tribunal Constitucional se ter pronunciado favoravelmente à pergunta: "Concorda com a despenalização do fumo em locais públicos, se realizado por opção do fumador maior de idade ou emancipado?"
Desde 2008, conhecem-se 130 processos terminados, com 344 arguidos (todos de baixos rendimentos) e 103 condenações. Segundo a análise feita pelos deputados que requereram o referendo, a maioria dos fumadores julgados tinha entre 35 e 50 anos e fumava por prazer.
Conhece-se agora o primeiro movimento a favor da despenalização, Sim, Fumamos! No documento constitutivo do movimento, que reúne fumadores de vários quadrantes políticos, partidários e culturais, lê-se: "Os julgamentos de Lisboa, Coimbra e Braga são exemplos da ineficácia da actual lei - não evita que se fume e coloca os fumadores numa posição desumana de penalização e humilhação."
Aquando da elaboração da lei, o Governo de Sócrates afirmou ter em conta sobretudo a prevenção do tabagismo, proibindo-o, protegendo assim a sociedade, principalmente os cidadãos mais vulneráveis. "É vergonhosa a condição a que nós, fumadores, somos remetidos. Empurram-nos para a barra do tribunal, abrindo espaço a que se criem espaços privados de higiene e condições. Somos actualmente vítimas do fumo do vão de escada e sentimo-nos verdadeiros criminosos. No entanto, aqueles que têm posses conseguem fumar sem ser importunados."
Enquanto a actual lei se mantiver, acontecerão as denúncias e, como consequência, a investigação policial sobre fumadores e suas famílias. O tabagismo clandestino é um flagelo e um problema de saúde pública. A actual política de proibição impede o SNS de ajudar os fumadores, prevenindo os seus riscos através da educação para a saúde.
Talvez não cheguemos a ler esta notícia no ano de 2028. É, claro está, uma analogia aparentemente exagerada e desproporcionada entre o aborto e a caça aos fumadores.
Mas a verdade é que vivemos numa sociedade onde o aborto não é penalizado em nome da liberdade individual; ao mesmo tempo, vemos nos primeiros dias de Janeiro notícias como "Três homens apanhados a fumar pela polícia".
Que modelo de sociedade estamos a construir e, sobretudo, o que significa para nós a liberdade? Somos actualmente a sociedade do "sanitariamente correcto", mesmo que não se olhe a medidas despropositadas para impor ao indivíduo o que ele pode ou não fazer. O critério da razoabilidade e da intervenção mínima do Estado nas liberdades individuais é preterido em função do padrão uniformizador dos hábitos e das consciências.
Está patente aos olhos de todos que o tabagismo é um problema actual e efectivo. O ataque às causas, a prevenção e, sobretudo, a sua proibição são medidas indiscutivelmente eficazes na luta contra uma das maiores causas de mortalidade a nível mundial.
Porém, o mesmo raciocínio não serve já interesses tão ou mais fundamentais como o valor da vida em si, o valor da vida dos outros. Enquanto o Governo proíbe o cigarro, permite e paga o aborto. Por absurdo, uma grávida com menos de 10 semanas pode ser punida por fumar, mas não o será se abortar o seu filho.
O aborto é um flagelo a ser combatido. Há um ano poderíamos acrescentar que até aqui estamos todos de acordo. Mas não é verdade: um primeiro balanço da aplicação da lei do aborto mostra-nos já, ainda a quente, que a banalização do aborto é o resultado da permissividade com que passámos a tratar a questão.
Portugal precisa de uma política de saúde consistente e coerente: identificar os males, combater as causas, fomentar as práticas que evitem o flagelo, seja através da prevenção, seja através do apoio às alternativas e, finalmente, proibir as práticas prejudiciais, respeitando os valores de liberdade em confronto.
Do tabagismo poderá recuperar-se o fumador, do aborto nunca mais se recuperarão pelo menos duas vítimas: a mãe e o seu filho. Ainda continuamos a tempo de o evitar. Fumadora e ex-mandatária do Diz Que Não

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Sábado, 12 de Janeiro de 2008

PEQUENOS GESTOS

É curioso observar como a vida nos oferece resposta aos mais variados questionamentos do quotidiano... Vejamos:

A mais longa caminhada só é possível passo a passo...

O mais belo livro do mundo foi escrito letra por letra...

Os milénios se sucedem, segundo a segundo...

As mais violentas cachoeiras se formam de pequenas fontes...

A imponência do pinheiro e a beleza do ipê começaram ambas na simplicidade das sementes...

Não fosse a gota e não haveria chuvas...

O mais singelo ninho se fez de pequenos gravetos e a mais bela construção não se teria efectuado senão a partir do primeiro tijolo...

As imensas dunas se compõem de minúsculos grãos de areia...

Como já refere o adágio popular, nos menores frascos se guardam as melhores fragrâncias...

É quase incrível imaginar que apenas sete notas musicais tenham dado vida à "Ave Maria", de Bach, e à "Aleluia", de Hendel...

O brilhantismo de Einstein e a ternura de Teresa de Calcutá tiveram que estagiar no período fetal e nem mesmo Jesus, expressão maior de Amor, dispensou a fragilidade do berço...

... Assim também o mundo de paz, de harmonia e de amor com que tanto sonhamos só será construído a partir de pequenos gestos de compreensão, solidariedade, respeito, ternura, fraternidade, benevolência, indulgência e perdão, dia a dia...

Ninguém pode mudar o mundo, mas podemos mudar uma pequena parcela dele:

esta parcela que chamamos de "Eu".

Não é fácil, nem rápido...

Mas vale a pena tentar!

(autor desconhecido)

http://textos_legais.sites.uol.com.br/pequenos_gestos.htm

 

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Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007

Advento 2007

Vem, Senhor Jesus,                                                   

pois os construtores da paz precisam de ouvir                      

novamente o cântico dos anjos em Belém.                                        

Os reis e os sábios precisam de encontrar                                                      

a estrela que leva ao teu presépio.                                                      

Muitos doutores precisam de admirar                                

as tuas perguntas e respostas no templo.                                        

Muitos filhos precisam de ver-Te obedecer.                                                                                            

 a quem era menos que Tu!                                                                  

Vem, Senhor Jesus,                                                   

ois muitos noivos precisam de Te levar                            

ao banquete do seu casamento.                                                        

Muitas samaritanas já vão a caminho                                                 

dum sexto homem que não é seu marido.                                            

Muitos pretensos sábios e justos                                    

precisam de ouvir as tuas invectivas                                

contra os escribas e fariseus.                                                                                                                                        

Muitos homens precisam do Teu olhar                                                                                                                                             

para deixarem tudo e Te seguirem                                                    .

à procura dos irmãos.                                                                         

Vem , Senhor Jesus,                                                 

pois ninguém quer ser perseguido,                                                             

nem ser pobre, nem puro, nem manso,                             

para ser feliz!                                                                                                      

Vem, Senhor Jesus,                                                                          

pois todos querem ser grandes e os primeiros,                                 

porque ser criança e ficar em último                                                     

é muito incómodo e humilhante…                                                       

Vem, Senhor Jesus,                                                 

pois muitos teorizantes precisam de saber                        

que Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo!                            

Muitos doentes precisam com urgência                                             

de comer o Teu corpo e beber o Teu Sangue                                    

para conseguirem a vida eterna.                                                       

Muitos cegos precisam da Tua luz,                                                 

do Teu Caminho, Verdade e Vida                                   

para irem ao encontro do pai.                                       

Muitos irmãos mais velhos                                                                 

precisam de compreender os mais novos que voltam                          

enjoados dos amigos, dos vícios e das aventuras,

para viverem com eles na casa do Pai.

 

 

Muitos precisam de aprender a rezar o “Pai Nosso”

para saberem que devem perdoar

Se quiserem ser perdoados.

Vem, Senhor Jesus,

Pois muitas Martas se atarefam demasiado

com mil e uma actividades e técnicas e métodos

Esquecendo-se de consultar a Tua palavra

que é espírito e vida e jamais passará.                                                                                            

Muitos Lázaros apenas estão vivos

durante quatro dias do ano

e precisam que Tu os ressuscites   

nos outros 361 dias.

Muitos doentes de espírito

Não querem ver, nem ouvir, nem falar,

nem dar um passo nem serem limpos.

Muitos dos que se dizem Teus

só Te servem por milagres e consolos                                                                               

e precisam de saber que por isso,                                                                                             

são incrédulos e perversos.

Vem, Senhor Jesus,

pois ainda não há um só rebanho nem um só Pastor,

como Tu pediste ao Pai.                          

Os Teus trazem todos os emblemas e distintivos,

Menos o do Amor que Tu pediste                                             

e os há-de identificar como tais.

Muitos Pilatos que atraiçoam a verdade

por cobardia ou compromisso,   

lavando as mãos em nome da justiça,

precisam de saber que Tu és Rei

e os hás-de julgar no último dia.

Vem, Senhor  Jesus,

pois muitos desesperados precisam de Te ver morrer

para acreditarem que a sua vida vale a pena.

Muitos precisam de se lembrar que ressuscitaste,

para verem na cruz o sinal mais da vitória.

Vem, senhor Jesus,

Pois muitos milhões de homens

ainda não sabem que tu vieste,

ou vivem como se não soubessem.

                          (Adaptado)

 

Capelania HDEstefânia

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Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007

Viver o Advento

Caros Amigos
A Associação de Pais dos Alunos do Colégio São João de Brito editou, mais uma vez este ano, um livrinho para nos ajudar a viver o Advento que se inicia no próximo Domingo e assim caminharmos melhor para o Natal de Jesus.
Fizemos esta edição electrónica para conseguir chegar a muita gente. Por isso aqui vo-la envio, com um pedido:
Partilhem com os vossos amigos e familiares, enviando-o também para eles e convidando-os a juntarem-se a todos nós nesta oração
E, no dia de Natal, cantemos todos como os anjos: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade
Está disponível para "download" na nossa página:
 
www.apacsjb.no.sapo.pt
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Terça-feira, 11 de Setembro de 2007

Partilha

Tive o prazer de rever um espectáculo da Banda Estefânia (pela 4ª ou 5ª vez, mas SEMPRE mágico!). Para quem não conhece, a Banda é composta por médicos do Hospital D. Estefânia, e "liderada" pelo próprio Capelão, Pe. Carlos Azevedo. Quem já teve a oportunidade de os ouvir certamente sabe que é uma experência fora do que já tenhamos ouvido..

Novamente repetiram alguns da lista, e desta vez fui prevenido, e gravei aquela mravilhosa produção do senhor Victor, 'o maqueiro'. Desta vez ele contou alguma história da vida dele, onde conta que se livrou das drogas e do álcool, e dedicou, num momento, toda a sua vida a Jesus. Ele tocava em bares e cafés, e nesse Momento disse: "Senhor, a partir de hoje só cantarei para ti". Dito isto, com uma frase estampada por trás que dizia "Cantarei, para sempre", o Víctor só poderia cantar a bondade e o amor, e Deus livrou-o de todos esses males, para o ajudar a cumprir a promessa. Bonito.

Ele juntou-se à banda Estefânia, não como Católico Cristão, mas como membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mostrou-se disponível para tocar para qualquer religião, e a próxima letra é dele (desculpem as partes que não consegui perceber).

A gravação (fraca, eu sei, mas está lá tudo) está em:
http://pwp.net.ipl.pt/alunos.isel/27521/MadeiraDaCruz.mp3


"Não sei de qual madeira é feita a cruz,
Que tanto fez sofrer o meu Senhor.
Só sei que nos oferece Sua Luz,
Livrando-nos do mal, de toda a dor.

Homens ateus: A quem deveis a Vida?
Quem deu tanto realce às coisas belas?
Quem fez a Primavera tão florida?
Quem deu a luz ao Sol e às estrelas?

É Jesus! (?)
Homens sem Fé, tão fáceis de vencer!
Quais canas agitadas pelo vento,
Deixei no mau caminho, (?)
Busquei em Deus a luz e bonança.

Ama o que tens, que a Vida é um momento!"
Henrique Alves
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Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007

O que faz falta é agitar a malta!

vivemos numa sociedade egocentrica, onde o Homem é individualista, egoísta, acomodado, banal, facilitista, caso raras excepções, onde determinadas situações sociais nos "obrigam" a reinvidicar posições. que chatice!

mas é curioso como alguns temas mais sensacionalistas mexem com os nossos sentimentos e neurónios, e decidimos que é altura de tomar armas e palavras para lá encaminharmos a nossa sociedade para um rumo mais desenvolvido, progressista, enfim, moderno...

vejamos o caso do aborto: toda a gente tem direito a opinar, e mais faltaria se assim não fosse! como qualquer direito e dever cívico, vemo-nos felizmente obrigados a reagir, a manifestar, a agitar a mentalidade social colectiva. E ainda bem que assim o fazemos!!! É sinal que a nossa democracia vai gozando de alguma boa saúde.

mas por outro lado, deixa-me reflexiva (para não dizer triste), porque constato que é só para estes pontos polémicos que nos debatemos, que nos entregamos à luta pelos nossos ideias, sejam eles de que ideologia forem.
permitam-me que vos diga: gostaría de ver tanta mobilização como se está a ver neste referendo sobre outras problemáticas sociais no nosso país e, atrevo-me a dizer, mais urgentes, tais como: reforma do apoio social, para que, por exemplo, se possa evitar abortar, melhoria da educação (que não se limita ao pagamento de propinas), melhorar o acesso à cultura, à saúde...

Juntemo-nos para reinvidicar a melhoria do nosso sistema social!!! mas claro, este tema já não é tão "humilhante"; exigamos aos nossos dirigentes uma lei social eficaz, para que não caiamos no facilitismo político de despenalizar/legalizar o aborto...

Seremos capazes ou teremos interesse de sair à rua e de fazer campanha por uma reforma social digna, pragmática e eficaz? sincera e infelizmente, tenho as minhas dúvidas...

Sara Vidal

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Terça-feira, 6 de Fevereiro de 2007

Aborto e civilização

Quando se diz que o feto é "parte"; do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está "alojado"; nela, melhor, implantado nela.

José Manuel Moreira

O aborto voluntário vai tornar-se uma das grandes questões nas sociedades ocidentais. O regresso do tema à tolerante Holanda é só mais um sintoma. O interesse com que entre nós se vive o sim ou não no referendo é disso bom sinal. Há diversas formas de entrar no debate: desde a inconveniência ou ilicitude do aborto à fé religiosa, para cristãos com força de convicção de uma moral universal. Há outra posição que pretende ter validade universal: a científica, embora também aqui as provas não sejam acessíveis à imensa maioria dos homens e mulheres, que as admite por fé (na ciência).

A minha preferida "na linha de artigo (1983) do filósofo Julián Marias é outra, acessível a todos e independente de conhecimentos científicos ou teológicos que poucos possuem. É a visão antropológica, fundada na mera realidade do homem tal como se vê, vive e se compreende a si mesmo.

Trata-se da distinção decisiva entre "coisa" e "pessoa" que se revela no uso da língua. Em todas as línguas há uma distinção essencial: entre "que" e "quem" "algo" e "alguém" "nada"e "ninguém" Se entro numa casa onde não há nenhuma pessoa, direi: "não há ninguém";, mas não me ocorrerá dizer: "não há nada";, porque pode estar cheia de móveis, livros, lustres, quadros.

O que tem isto a ver com o aborto? Muito. Quando se diz que o feto é "parte" do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está "alojado"; nela, > melhor, implantado nela (nela e não meramente no seu corpo). Uma mulher dirá: "estou grávida"nunca "o meu corpo está grávido"Uma mulher diz: "vou ter um filho" não diz: "tenho um tumor"

A pergunta a referendar, ao usar, em vez de aborto provocado, "interrupção voluntária da gravidez";, não só abusa da hipocrisia como se esconde sob a capa de despenalização. Os advogados do sim não gostam da comparação, mas com isto os partidários da pena de morte vêem as dificuldades resolvidas.
Podem passar a chamar à tal pena "por forca ou garrote " " interrupção da respiração"(e também são só uns minutos).

Há ainda as 10 semanas, como se para a criança fizesse diferença em que lugar do caminho se encontra ou a que distância, em semanas ou meses, da sua etapa da vida que se chama nascimento será surpreendida pela morte.

O mais estranho é que para os progressistas o aborto é visto como sinal de progresso, enquanto a pena de morte é de atraso. Dantes denunciavam a "mulher objecto"agora querem legitimar a criança-objecto, a criança-tumor, que se pode extirpar, em nome do "direito de dispor do próprio corpo"

O direito (com bons propósitos) serve para nos impedir de entender "o que é aborto" Por isso se mascara a sua realidade com fins convenientes ou pelo menos aceitáveis: o controle populacional, o bem-estar dos pais, a situação da mãe solteira, as dificuldades económicas, a conveniência de dispor de tempo livre, a melhoria da raça.

A tudo isto acrescem as tentativas de abolir as relações de maternidade e paternidade, reduzindo-as a mera função biológica sem duração para além do acto de geração, sem nenhuma significação pessoal entre o "eu" o "tu" e o "ele(a)"implicados.
Felizmente, ao pôr-se a nu a grave dimensão da aceitação social do aborto, facilita-se o regresso de temas que os "progressistas"julgavam de direita e, por isso, ultrapassados: a família e a natalidade.

Não devemos estranhar que os mesmos que sempre se equivocaram sobre tudo, desde a natureza do regime soviético a Cuba, passando pelo fim do trabalho e as nacionalizações, se encontrem agora, de novo, unidos no "sim" ao aborto (e no "não" ao sofrimento dos animais). E, ontem como hoje, acompanhados de idiotas úteis. Alguns, pelos vistos, "liberais" que desconhecem que a noção de liberdade para o liberalismo clássico é oposta à de "direito a ou de"Para T. Jefferson os seres humanos são independentes, mas não da moral; se a desafiamos, não somos livres mas escravos, primeiro das nossas paixões e depois possivelmente da tirania política. Que tipo de governo democrático poderá controlar homens que não podem controlar as suas próprias paixões? Situação que piorará com a ilusão do Estado contraceptivo e a liberalização das oportunidades para a irresponsabilidade.

José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin Society

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/733650.html
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